“Como é chato Bob Dylan”, disse ela e é mesmo. Fujo de sua voz fanha e lamurienta feito diabo da cruz.
Crucial também, não tem como negar. Politizou e poetizou o rock no momento exatinho. Ia acontecer de qualquer forma em algum momento. Mas foi ele. Outra inevitabilidade histórica foi a invenção do rockstar. Mas foi ele.
Antes tínhamos músicos e ídolos. Elvis ou Little Richard tinham personas; ou antes deles, Sinatra. Dylan era personagem dentro e fora dos palcos. Inventou seu nome, origem, passado, tudo. Era tudo script e lorota, muito bem empacotados pelo seu empresário, seu Coronel Tom Parker, Albert Grossman.
Era fábula sua vida pregressa de menestrel on the road; era blefe o banho de loja “swinging london”, bota beatle, terninho e cabelão; só pose os óculos escuros dia e noite; as agruras autobiográficas, o silêncio e mistério, pura postura.
A gente se habituou com esses construtos pop minuciosamente planejados para serem “autênticos”. Dylan foi o pioneiro. Só depois dele se torna…
Continue a ler com uma experiência gratuita de 7 dias
Subscreva a André Forastieri para continuar a ler este post e obtenha 7 dias de acesso gratuito ao arquivo completo de posts.