Política internacional é assim: você defende os direitos das mulheres, LGBT, minorias, etnias etc. no seu país, mas não no país para onde você pretende exportar ou de quem almeja receber investimentos.
"Sem ideologizar". Dinheiro não tem ideologia. Agir diferente é inocência, né?
Não me cabe decidir sobre acordos com países que oprimem mulheres ou castas, matam gays, perseguem minorias e etnias, lucram insanamente com o aquecimento global etc.
De fato, porque não ir pra cama com canalhas? Os outros países fazem igual, inclusive as fofas democracias avançadas da Europa. Real Politik fede? Não há outra.
Realismo: se você for listar quais os países que mais barbaridades cometeram contra as populações dos próprios países, e de outros países, Arábia Saudita e Irã não estarão nem nos Top 20.
Aliás a Arábia Saudita e Irã são países literalmente criados, financiados e armados pelo “Ocidente”, com a queda do Império Otomano no recentíssimo século 20, porque ricos em petróleo.
Quem estaria na lista oficial de países supervilões? A maioria são países bacaninhas em que as pessoas têm muitas liberdades e direitos e que brasileiros ilustrados como eu sonham emular.
Naturalmente a lista incluirá nossos tradicionais companheiros de Brics, China, Índia e Rússia (esta está cometendo explícitos crimes contra a humanidade todo dia já tem mais de um ano).
O papel do presidente do Brasil é fazer o que vai trazer mais benefícios para os brasileiros. É para isso que foi eleito e é entregando melhorias notáveis é que se reelegerá ou não. Seja quem for que esteja sentado na cadeira. Ele e quem tá lá com ele.
Ou ela. Nossa ex-presidente é a presidente do banco dos Brics. Dilma, heroína de muitas feministas, deve estar comemorando que em breve terá muito mais grana sob sua responsabilidade. Se é dinheiro sujo de príncipes e aiatolás assassinos, que impõem apartheid para as mulheres de seus países ou cadeia e chicote para suas populações LGBT, faz pouca diferença.
O que política, e política internacional, tem a ver com moral, com ética, com esses conceitos menos matizados de certo e errado que você e eu tentamos aplicar nas nossas vidas particulares? Pouco.
É estranho que seja assim? É revoltante e triste? Quando foi diferente? Business as usual, e o que não é business em 2023?
Não me cabem esses problemas teóricos de mesa de bar depois da uma da manhã. Sabe, tipo “você mataria Hitler no berço pra evitar o Holocausto?”, “você exterminaria um milhão de opositores pra garantir o sucesso da revolução” etc. E nem bater o martelo sobre com qual ditador escroto o Brasil vai amarrar seu burro.
Não me coloquei na posição de ter que decidir essas coisas. Felizmente não sou presidente. Eu seria uma porcaria de presidente. Posso achar o novo Brics normal e imoral, útil e vomitante simultaneamente.
E te dizer o que penso.
O realismo político é tipo documentário sensato e verdadeiro - difícil de assistir e até de entender... Bem melhor são as lições de ética do Star Trek & Cia! A gente sonha com um futuro distante que acreditamos possa ser melhor...
Ser adulto tem dessas chatices. Mais legal ser uma eterna criança com seu algodão doce numa ilha da fantasia qualquer.