O coração da comunicação está doendo
Articulista especialmente convidado: Luiz Cesar Pimentel
O amigo Luiz Pimentel tem grande e variada experiência com comunicação digital. Passou por UOL, Vírgula, MySpace, R7 e mais. E idem com comunicação analógica: começou repórter lá nos antigamentes, fundou e editou revista. Já foi indie e corp, já comandou equipes gigantes e se dedica também à mais solitária atividade da comunicação, que é escrever livros. Escreveu onze.
Esses dias ele publicou um texto no seu LinkedIn que trata de comunicação técnicamente perfeita - mas perfeita para as máquinas - versus comunicação inerentemente imperfeita, porque feita para e por humanos.
Que - a-ha! - podem e devem usar tecnologia, e inteligência artificial, para flechar corações.
Pedi autorização do Luiz pra republicar aqui, porque acho que pode ser útil pra você. É por essas e outras que Luiz e eu somos sócios na Compasso.
Logo após a foto de “Sucession”…
“Falo com propriedade da área de Comunicação, Conteúdo e Marketing, onde labuto há mais de vinte anos. (E olha que é das áreas que mais reclamam de risco de substituição por Chat GPT, bots, o escambau).
Peguei o jornal que assino hoje (sim, sou desses) e vi chamada de capa sobre o Emmy, que é tipo o Oscar da TV (explicação para os sêniores). Quando cheguei à matéria, que me interessava, tive que lê-la duas vezes para ter certeza de que não abatera sobre mim um TDA temporário. Não achei e não estava lá a data, horário, qualquer serviço sobre a premiação.
Após a leitura humana do texto, experimentei lê-lo como um robô, baseado na inteligência artificial que igualmente domino: SEO, indexação em motores de busca, headlines e quetais.
Aí sim o texto tirava algo próximo de nota 10.
A arquitetura, construção, utilização de nomes e palavras bastante buscados no Google, referências, pontes para otimizar a versão digital. Tudo à risca, na medida de um texto feito por robô.
Entendo que em curtíssimo prazo, o suficiente para que este texto embrulhe o peixe de amanhã, esta estratégia surtirá resultado. Irá se destacar nos mecanismos, agradará os TI-SEO da firma, poderá até ser preservado num power point de apresentação de modelo que "tem tração nas redes".
Só que será qual o Homem de Lata do "Mágico de Oz": um artefato sem coração.
O coração da comunicação é entregar o que importa às pessoas. O coração do conteúdo é entender a melhor forma de fazê-lo. E o coração do marketing é tornar a recepção o mais prazeirosa e confortável possível.
Garanto que máquinas até podem cumprir tais tarefas, se bem programadas. Mas duvido que alguma o faça com a assinatura, com a digital humana - com o coração. E é triste ver essa entrega derrotista antes mesmo de usarmos a suposta ameaça para melhorarmos ainda mais como profissionais.
Recorrendo mais uma vez ao Homem de Lata, reproduzo frase do mesmo: "Agora sei que tenho coração, pois ele está doendo".
(PS: o irônico no teste prático que fiz, após escrever o artigo acima, foi constatar que a foto de “Sucession” foi bem tagueada e se destaca no Google... Já o texto, faltou um pouco de cancha robótica para eu me sair melhor…)”
UM MINUTO DE COMERCIAL
Quer trabalhar com o Luiz Pimentel, a Ana d´Arce e eu?
É só me mandar uma mensagem. Pode ser por aqui ou no forasta@compasso.design.
A gente faz comunicação com grande respeito pelo digital e capricho bem artesanal.
Mas não confie no meu chaveco: veja este vídeo e confira o que os nossos clientes falam da Compasso.
Senhor! Sim, ele ousou e fez! Chegou ao ponto de eu me ver no texto! Eu leio coisas todos os dias que devem estar bem na tal história das palavras-chave, mas que chegam ao final e não fizeram o que deveriam, que é informar.