Sou filho, neto, bisneto de gente que amava a terra. Que vivia a terra, vivia da terra. Muitos imigraram em busca de terra. Eram colonos, trabalhadores braçais, pequenos sitiantes. Os Forastieri, os Battistela, os Sajovic.
Meu pai, que era médico mas amava sua chácara, dizia que um dia eu também ia amar a terra, que estava no meu sangue. Não aconteceu. Não herdei vocação para o plantio ou a criação.
Zero preconceito contra o campo. Não é porque não tenho preconceito que não tenho críticas. Normalíssimo.
Há no Brasil uma dicotomia desinteligente sobre o tema. De um lado temos a defesa intransigente, acrítica do Agro como ele é. De outro, uma condenação do Agro como a maior fonte de atraso e violência. De um lado, o elogio babão do “produtor rural” como herói que sustenta a nação; do outro seu julgamento como opressor sem possibilidade de redenção.
Sem entrar em grandes profundidades: sem agricultura e pecuária, não há humanidade. Pode ser que no futuro todo nosso alimento seja produzido e…
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