No podcast: Edson Aran, me irritando desde 1992
O jornalista, humorista e roteirista toca cover bisonhas no ABFP
Aran no lançamento da Playboy com Fernanda Young
Não vou com as fuças ao Aran desde a primeira vez que vi o sujeito. Também, ele roubou meu emprego.
Eu era editor-chefe da revista Bizz, 1992. A editora Azul resolveu mexer lá nas estruturas organizacionais e tal; unificar redações que tematicamente eram unificáveis. Eram uns cortes, vamos falar a verdade.
No nosso caso juntaram Bizz com Set, revistas de música e cinema, mais seus filhotes vários - Letras Traduzidas, Terror & Ficção, Guia do Vídeo Erótico e especiais vários. O diretor de redaçao da nova unidade seria o José Augusto Lemos. E eu acumularia a função de editor-chefe das duas - interinamente.
Oba! Mais trabalho!
A redação ficou grande de repente. Juntamos a maior galera. Contratamos gente nova, Miranda entrou nessa época. A vida ficou mais divertida.
Passei a editar revista de cinema, eu que sempre as consumi, desde a Cinemin na infância. Demos aquele tapa caprichado na Terror & Ficção - esta foi a origem da minha saída da Azul e do lançamento da Herói. Mas essa é outra história.
Foram meses ocupados e felizes. Até que um dia o chefe encosta na mesa e me apresenta: Forasta, este é o Edson Aran, ele vai ser o editor-chefe da SET.
Tiraram o meu brinquedo. E pra piorar, Aran foi todo simpático comigo. Falso, desgraçado.
Depois disso ele me deu muitas outras razões para desgosto. Por exemplo, escreve bem. Até aí eu me garanto. Mas também desenha bem. E eu, tão fã quanto o Aran de humor gráfico, não desenho é nada.
Foi uma proeza quando ele espicaçou a Abril como editor da Sexy. Depois pariu livros divertidos, eu não. Virou chefão na Playboy e fez uma revista incrível, equilibrista entre passado e presente, mercado e afeto, finura e grossura (epa!).
Quem mais ia bancar na capa duas BBBs se pegando em um mês, e Fernanda Young ou Marina Lima no seguinte? Fora escalar nossos ídolos pra colaborar, Ivan Lessa, Benício…
E por aí vai. Quando o mercado de revistas foi pra béstia, ele foi pra Globo. Tem gente que capricha na humilhação ao próximo.
Vive por aí, todo faceiro, fazendo das suas, irritando os amigos, fazendo piadinha no podcast alheio.
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Ótimo episódio do ABFP. Adorei as histórias de bastidores do Aran.
Que texto maravilhoso! À altura do Aran, o cara que a gente odeia não conseguiu odiar! Ele é um fofo! O podcast tá sensacional me diverti demais!