Umberto Eco sabia de tudo. Até de inimigos
“Tudo compreender é tudo perdoar”, provocou Evelyn Waugh. É a moral dos fracos, dos cristãos, condenou Friedrich Nietzsche, a impotência que se sublima em rancor.
“Nunca esqueça, nunca perdoe”, impõe a dura regra subterrânea da Calábria, vizinha da Basilicata, terra dos meus ancestrais Forastieri. Lá se fez e faz lei pelas próprias mãos, nossos parceiros mafiosos no tráfico de cocaína despachada do porto de Santos.
Criado com doçura, por pais inspirados pelo Concílio Vaticano II, sou muito distraído pra cultivar inimizades. Aqui raiva passa rápido e amargor não acha abrigo.
Quase seis décadas no planeta, e só me lembro de uma pessoa que, como cravou Keith Richard, “se estivesse pegando fogo, eu não mijava nele pra apagar.”
Mas em algumas poucas coisas, sou igualzinho o André de 17 anos, daltônico para matizes de cinza. Sossegados também tem inimigos, apesar da deficiência de bile. Quem são?
“Os inimigos são diferentes de nós e se comportam segundo…
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