Millôr, 100 anos e sem herdeiros
A nova geração tem problemas com o gênio. Ele sempre incomodará
Esbarro em um artigo enorme sobre os cem anos do nascimento de Millôr Fernandes. Uma massaroca de besteirol, teorizol, clichezol. Mais uma: é medíocre o tom dominante das comemorações.
Millôr merece muito mais. Foi jornalista, artista gráfico, cartunista, humorista, escritor, dramaturgo, tradutor, editor. Se tivesse feito só uma dessas coisas com a excelência exibida, já ia sem escalas pro nosso Olimpo Tupi.
Foi incrível em todas e prolífico além do compreensível. Um homem da renascença, gênio brasileiríssimo, carioquérrimo e planetário.
Dá pra escrever um livro só sobre seu cartunismo, traço e paleta que conversam simultaneamente com o expressionismo de um George Grosz e os bambas de sua juventude, Saul Steinberg. Outro volume sobre suas traduções de Shakespeare, melhor porta de entrada para o bardo não encontrarás.
Mais um livro sobre suas realizações como editor fundador da Pif-Paf e Pasquim. E mais um e mais outro. Fica a idéia para algum editor empreendedor pronto pra perder di…
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