Tive três chances de conhecer Jaguar, uma no lugar perfeito, Banda de Ipanema, 1991. Fugi nas três.
Sempre dou um jeito de não chegar perto de quem admiro. Precaução, preguiça, uma certa falta de curiosidade - todas desqualidades de um péssimo repórter. Me basta a obra.
Contei essa pro Adão Iturrusgarai e ele confirmou o quanto Jaguar é gente fina ao vivo. Me arrependo demais de não ter tomado um chopinho com o gênio.
Jaguar faz 91 anos. Ontem, hoje, difícil dizer: nasceu bissexto. Sérgio Augusto compartilhou esse texto incrível do Paulo Mendes Campos ao chapa. Siga o Sérgio em todo lugar, como eu faço desde adolescente, e também e no twitter.
Jaguar não ocupa o lugar que merece no panteão nacional. Preferimos sofistiquês, bem-pensantes ou propositivos. O Brasil nunca viu maior gênio do cartum. Millôr, mais artista, era menos urgente e engraçado. Jaguar tem repertório imenso, mas é da calçada e do balcão.
Fera no traço, Jaguar é animal do humor, talentos que frequentemente não ocupam o mesmo corpo. “Humor gráfico” parece bico. É dificílimo.
Ainda fez bonito como editor e escreve bem paca. Confira seus artigos ou o livro “Confesso que Bebi”. Este artigo do Sinval conta umas boas sobre o mestre.
Um privilégio termos Jaguar e, aliás, Sérgio Augusto entre nós. Uma vez fui apresentado ao Sérgio, 1990, fiquei com vergonha de puxar papo e - ah, deixa pra lá.
(Aproveito para te pedir ajuda para Ereni, uma mulher batalhadora, bisavó e querida de muita gente. Sobreviveu à tragédia na Barra do Sahy - mas perdeu sua casa lá. Tem muita coragem e precisa da sua colaboração agora para voltar para a Bahia.
Para isso, doe já nesta Vakinha, organizada pela neta dela, a Sara. Qualquer quantia ajuda a Ereni e toda sua família!
E se puder, doe também no Pix verdescola@verdescola.org.br. O litoral agradece.)
Excelente! Homenagem mais do que merecida ao mestre.