Infinitas, evitáveis, inevitáveis tragédias
Como personagens em uma peça, caminhamos resolutos em direção a um destino terrível
A musa da Tragédia, Melpomene, carrega a máscara teatral
As mais terríveis tragédias são as evitáveis e inevitáveis. Quando somos alertados para a ameaça futura e ganhamos chance de escolher outra rota. E mesmo assim, passo após macabro passo, nos encaminhamos para o desastre profetizado.
Avisado pelo oráculo, Édipo tenta escapar do destino de parricida, mas matará Laio e desposará Jocasta. Sabendo que arrisca ser enterrada viva, sua filha Antígona insiste em demandas que não podem ser atendidas.
Assim somos nós. Sabíamos que viriam cataclismas como o do Rio Grande do Sul. Sabemos que virão muitos outros, piores, em todo lugar. Já batemos o teto de aquecimento de 1,5 C proposto no Acordo de Paris. Pelas projeções mais confiáveis, ultrapassaremos 2,5 C em 2050. Com precisão que faria inveja a Delfos, cientistas climáticas emitem alertas cada vez mais assustadores e eles se confirmam cotidianamente.
Em um mundo guiado pela razão, não haveriam gaúchos mortos ou cidades submersas. A proteçã…
Continue a ler com uma experiência gratuita de 7 dias
Subscreva a André Forastieri para continuar a ler este post e obtenha 7 dias de acesso gratuito ao arquivo completo de posts.