É meu aniversário. Fazer o quê?
Tarde demais para viver rápido e morrer jovem, mas tudo bem
58 anos hoje. Fazer o quê? Comemorar que até agora a vida foi mansa.
Pouco fiz por merecer. Nasci com as cartas a meu favor, fui vivendo e aprendendo a jogar.
Ninguém escapa de algum sofrimento. Atravessei quase incólume as armadilhas do acaso e as auto-impostas. Caminho suave.
O campo vai ficando minado. Tenho muito mais areia na parte de baixo da ampulheta que na de cima. Não se esvai em velocidade constante, turbilhona na reta final, onde já me sinto.
O arrefecimento das paixões, o tal “waning of powers” é bem perceptível. Me importo, irrito, animo menos. É surpreendente a queda na banda mental. É isso que eles querem dizer quando eufemisticamente explicam “com a idade você fica mais seletivo”.
Veremos em que ritmo encruarei. Estatisticamente tenho aí uns 25 anos pela frente, figa, até me pegarem coração, câncer ou Alzheimer, pela lógica e precedentes familiares. É bastante tempo. É pouco tempo!
Fazer o quê? Regime, check-up, torcer por novos remédios high-tech e, chora não, mais exercí…
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