Na redação da Bizz, 1992. A mesa é a do Miranda. Eu ainda tenho essa blusa
É bonito esse texto meu sobre a Bizz e como fui parar lá em 1990. Não lia desde que escrevi, em 2007.
Imagina só, uma revista em que se publicavam textos como este. Antes de inventarem blogs e tal.
Ricardo Alexandre, que moleque cresceu leitor da Bizz, como editor-chefe fez uma revista de música - não exatamente de rock - muito bem escrita e pesquisada, muito bonita e rigorosa, dentro de um orçamento apertadinho. Um feito e tanto.
Mas era uma época que revistas de música faziam menos e menos sentido como mídia. No Brasil, nenhum. Durou pouco, a última fase da Bizz.
Haveriam leitores pra revistas de música nos dias de hoje? De música e de qualquer outra coisa. Revistas são legais. Se tem leitor pra gibi e livro, porque não?
O que não há é publicidade pra revista. E o estrago que os donos da Abril fizeram na própria levou todo o mercado junto, até a distribuição. Problemas que os monopólios causam, malditos sejam.
Se hoje mesmo lançassem no Brasil uma boa revista de música, eu e muitos outros senhoras e senhores assinávamos. Não sei da garotada e, neste caso, ela não faria diferença.
E se fosse de rock, melhor ainda - rock como eu descrevo aí embaixo.
Os textos da Ana Maria Bahiana nessa época da Bizz também são ouro
Que delícia de texto. Eu fui um dos adolescentes, que aguardava a Bizz chegar em casa como quem aguardava a mensagem na garrafa. Ainda sinto uma falta danada, mesmo com internet. Lá já vinha tudo empacotado, com a garantia do controle de qualidade editorial - coisa que anda em falta até nas mídias tradicionais que ainda sobrevivem.
Um grande viva à Bizz.