Conheci Roberto Sadovski no longíquo 1995, quando Rodrigo Salem e ele visitaram nossa redação na Aclimação.
Odair Braz Júnior, grande amigo e editor da revista Herói, me apresentou os dois jovens jornalistas do nordeste que peregrinavam por São Paulo, visitando redações. Batemos um papão, não lembro sobre o quê.
Os dois se tornaram conhecidos e influentes nomes do nosso jornalismo cultural. Assumo toda a responsabilidade pelo sucesso de ambos, como você pode imaginar.
Tivemos um mezzo-entrevero público, Sadovski e eu, gentilmente lembrado por ele neste nosso podcast ABFP. Foi quando ele deixava a revista SET e eu começava uma, MOVIE, em 2010.
Eu já bem sabia que revistas e websites não tinham futuro como veículos de massa, que o mercado de DVDs tinha data de validade etc. Mas às vezes a gente leva tempo pra se despedir do que fez a vida toda, do que fez a sua vida. No meu caso, revistas.
Foi o caso. Foi gostoso fazer MOVIE e foi meu necessário adeus como editor, editor de fato, metendo a mão em uma publicação. Na ótima companhia de uma equipe inspirada, liderada pela aliada de várias aventuras editoriais, Maria Beatriz Zultauskas.
Sadovski também passava por uma fase complicada. Me deixou na mão com uma matéria dias antes do fechamento da primeira edição de MOVIE. Fiquei puto, trocamos palavras acaloradas por telefone e na web etc. Águas passadas e machadinha enterrada há muito.
Como diz a Viúva Negra em “Vingadores: Ultimato”, não julgo as pessoas pelos seus piores momentos. Felizmente Sadovski, que também cresceu lendo gibi de super-herói, também não.
Foi um prazer receber o amigo no nosso podcast ABFP, e você pode ouvir agora.
UM MINUTO DE COMERCIAL
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Que coisa engraçada você lembrar sua vida de editor. Sábado passado estive no sebo de um amigo em Santo André, a Banca Mikei, e quando olho para as caixas de revistas que entram para ele colocar preço e lacrar (ele cuida muito bem das edições), vejo no meio de dezenas de quadrinhos uma pilha da revista Herói. Lembrei de você na hora!