No Japão, é perfeitamente aceitável - e até esperado - um artista plástico de renome criar também estampa para kimono, padrão para papel de parede e ilustração para videogame. Assim é também na música.
Se fosse só por suas trilhas sonoras, pela trilha de “O Último Imperador”, ou pelo seu pioneirismo no tecnopop da Yellow Magic Orchestra, Ryuichi Sakamoto já merecia muita gratidão.
O obituário do New York Times lista tudo que a gente sabia e que nem fazia ideia sobre ele. Modelo fashion? Colaboração com Iggy Pop? Trilha pra olimpíada?
Bastaria sua colaboração com David Sylvian, “Forbidden Colours”, delicada e excruciante, uma das canções mais poderosas de nossa época ou qualquer outra. Fez mais e fez sempre, pop e experimental. Também com Sylvian.
Obrigado a Ryuichi Sakamoto, futurista e tradicional, eletrônico e acústico, japonês e universal.
Descansa em paz grande músico. Suas notas acalentaram meus ouvidos neste inferno barulhento de Piraporinha
Fará muita falta.