A face forte, frágil dos Yanomami
Exposição de Valdir Cruz retrata luta dos povos da floresta
A perseguição aos indígenas brasileiros está para completar exatos 523 anos. Nos últimos recrudesceu além da tragédia. Não foi descaso. Foi projeto de governo: extermínio.
Mudamos nas últimas poucas semanas. Mudamos até como chamamos oficialmente os povos originários do Brasil, agora “indígenas” e não “índios”. Mudamos muito pouco perto das necessidades cruas, cotidianas de quem morre de fome, doença, veneno e bala.
É urgente conhecer melhor os brasileiros originais e o Brasil que habitam. Trilham caminhos que precisamos percorrer junto para um futuro mais rico, justo, verde para nosso país - nosso mundo.
A exposição “Faces da Floresta - Os Yanomami” é porta aberta para este outro planeta. Reúne 26 fotografias de Valdir Cruz no Espaço Fundação Stickel, em São Paulo.
São fotos das quatro expedições de Valdir à floresta, entre 1995 e 1997, que já renderam um livro com o mesmo nome da exposição. Sua edição de 2004 tem prefácio de Marina Silva.
São fotos fortes demais. De dignidade e fragilidade. Impõem ação. A floresta em pé é riqueza. Seus povos merecem atenção e respeito. Os poderosos responsáveis por tanto sofrimento merecem julgamento severo.
A abertura da exposição é neste dia 18, com a presença de lideranças como Davi Kopenawa e Ailton Krenak. Mais informações abaixo e uma entrevista com Valdir Cruz aqui.
Exposição “Faces da Floresta – Os Yanomami”
Abertura 18 março, sábado, a partir das 11h. Em cartaz até 29 abril
Horário: segunda a sexta das 11h às 18h; sábados das 14h às 17h
Local: Espaço Fundação Stickel - Rua Nova Cidade, 195 – Vila Olímpia, São Paulo-SP
Informações: (11) 3083-2811
É bom lembrar que a toupeira assassina que nos governou nos últimos anos uma vez pregou que os indígenas deviam se aculturar para se tornar seres humanos.
O sofrimento dos Yanomamis não foi um acidente ou uma crise humanitária sem origem determinada. Foi um plano intencional.