Miranda morreu dia 22 de março de 2018. Deixou uma cratera na vida dos muitos amigos. Como a maioria é tudo vagabundo, mas tudo coração mole, vai ter homenagem ao camarada em Porto Alegre.
Só bandas clássicas do rock gaudério. Até reunião do DeFalla vai ter, se tiver, claro.
Eu escrevi sobre ele e nossa amizade na noite que ele se foi. Era molezinha ser amigo do Miranda. Isso se você é do tipo que gosta de música, cinema, gibi, comer, beber e dar muita risada.
Quando a gente se conheceu, ele não era “o Miranda”. Era só um gaúcho desempregado e se fodendo em São Paulo, que a Sonia Maia apresentou e pra quem dei carona uma noite qualquer de 1989. Ano seguinte eu fui pra Bizz e aí já era, ou como dizia ele, “já é”.
Por trás do personagem tinha um cara de verdade, com problemas de verdade, como todos nós, que nem todo mundo teve chance de conhecer. Miranda era liso e enrolão pra dedéu, ou, se você preferir, um showman.
Durante uns anos, já coroas, a gente ia semestralmente num desses bares que tem mil tipos de cerveja diferente. Só nós dois, it´s a date. Encher a lata e falar - do quê? Do que falam dois velhos amigos? Do que importa e do que só importa pros dois.
Aqui tem um videotributo feito pelos chapas na época, editando várias entrevistinhas.
Naqueles doze meses enterrei ele, outros dois amigos queridos, mais meu pai e minha mãe. A vida, estranhamente, continua. Resta o quê? Festejar.
5 anos sem Miranda
Me fez lembrar do começo da música Ultimate, da banda Gogol Bordello:
There was never any good old days
They are today, they are tomorrow
It's a stupid thing we say
Cursing tomorrow with sorrow
Por mais que o passado tenha reservado muitas pessoas especiais, os melhores dias das nossas vidas estão sempre acontecendo ou por vir.
Faz muita falta o Miranda.