A tese da coluna abaixo é que o rock é tanto melhor quanto mais gay. Detecto um tom metido a machão no texto, chamando pro pau. Compensava falando grosso meu elogio da, pra usar um termo da época, viadagem?
Pode ser. Não lembro, escrevi isso pra Bizz em 2007. Hoje escrevo com menos testosterona. Biologia é inescapável. Hoje é tudo muito diferente. No pop, algumas coisas continuam bem iguais.
Em 2007 o rock incensado pela crítica era guitarreiro, sujo, “laddish”. Já o rock que fazia sucesso com adolescentes era solenemente desprezado pela crítica. Coisa de menininha, coisa de bichinha.
Tratava-se do emo em todas suas permutações: colorido e sombrio, pra pular e pra chorar trancada no quarto. Do Restart ao My Chemical Romance ao, sejamos inclusivos, Evanescence e Nightwish.
A tensão do rock sempre foi essa. Pra cada Joy Division haverá um Culture Club, felizmente; pros Ramones, Sylvester; pra cada “Ziggy Stardust”, um “Low”. É assim que tem que ser. É com essa gente que passei minha adolescência, que foi até 1982.
Hoje essas fronteiras são mais permeáveis. Mas não foram abolidas. Tão aí os velhos amigos, cuspindo fogo porque a meninada adora Manneskin.
Tudo a ver com a minha mais nova playlist de SinthPop. Puxei pela memória e lembrei algumas coisas, mas sabia que faltavam algumas bandas/duplas, etc...Agora já achei.
Já estou cinquentão, mas procuro acompanhar as bandas de rock atuais. Rock rock mesmo ! Rival sons, Black stone cherry, Big wreck, Joyous wolf, Mamooth WVH, etc.
Mas na academia ouço escondido Right said Fred, Culture club, George Michael pra animar e aguentar a tortura da musculação.